O que é Contaminação Cruzada?
A contaminação cruzada é a transferência de microorganismos patogênicos ou seja, que causam doenças, de um alimento, utensílio ou de uma superfície contaminada para outro alimento, utensílio ou outra superfície que, até então, não estava infectada.
Limpeza e higiene são sinônimos de vida e saúde. As práticas para manter um ambiente seguro e as atividades ali realizadas seguras estão em voga e cada vez mais sedimentadas. Mas, ainda assim, há quem desconheça o risco das contaminações cruzadas no dia a dia e como elas acontecem mesmo quando se acredita que está tudo limpo.
As contaminações cruzadas ocorrem, principalmente, nos serviços de saúde, alimentação e indústrias. Mas também podem ocorrer nos ambientes de trabalho e nas residências. Para saber como proteger os espaços das contaminações cruzadas no dia a dia, preparamos este artigo.
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Porta de vidro sendo devidamente desinfetada.
Primeiro, vamos deixar claro o que é a contaminação cruzada. Trata-se, assim, da transferência de microrganismos contaminantes, como vírus, bactérias, de um determinado local, utensílio, superfície ou alimento, para outro local, utensílio, superfície ou alimento, por meio do contato indireto ou direto, entre eles.
A transmissão de agentes patogênicos nas contaminações cruzadas pode ocorrer quando um produto entra em contato com outro produto, quando um ingrediente se mistura com outro, por meio de utensílios ou equipamentos sem higienização, pelo toque de mãos contaminadas ou por superfícies contaminadas.
Dessa maneira, os ambientes e os hábitos são responsáveis pela disseminação de doenças. E, justamente, por essa compreensão é possível lançar mão de práticas, produtos e procedimentos capazes de garantir cuidado e proteção para evitar os riscos à saúde.
Contaminação cruzada nos alimentos e Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)
A contaminação cruzada nos alimentos se dá, principalmente, durante o preparo da refeição e a manipulação dos ingredientes. É algo bastante grave, pois pode levar ao aparecimento das chamadas Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) são consideradas uma grande preocupação de saúde pública global e estima-se que elas sejam a causa do adoecimento de uma a cada 10 pessoas todo ano.
Além disso, as DTAs podem ser fatais, principalmente, em crianças com menos de cinco anos de idade, e causam, em média, 420 mil mortes no mundo por ano.
Segundo o Instituto Pan-Americano de Proteção de Alimentos e Zoonoses (INPPAZ), cerca de 40% das Doenças Transmitidas por Alimentos, em países das Américas Central e do Sul, são causadas ainda no preparo e manipulação.
Assim, o índice significa que, em cada dez pessoas intoxicadas após uma refeição, em quatro delas a contaminação do alimento foi causada por algo que ocorreu durante a fase de preparo da comida, ou seja, por contaminação cruzada.
No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, os alimentos crus, como ovos e carnes vermelhas, são responsáveis por 34,5% dos surtos de Doenças Transmitidas por Alimentos.
Por isso, a higienização do ambiente, das mãos e das superfícies e os cuidados na hora do preparo das refeições são decisivos para evitar infecções alimentares.
Veja alguns exemplos de como acontece a contaminação cruzado nos alimentos:
- cortar um frango cru e usar a mesma faca, sem lavar, para fatiar uma carne assada;
- tocar o rosto, o nariz, a boca e depois tocar no alimento sem realizar a higiene das mãos;
- manipular uma peça de proteína animal em uma tábua e usar a mesma tábua, sem lavar, para manipular vegetais.
Tipos de contaminação cruzada nos alimentos
- Contaminação cruzada direta: a contaminação acontece diretamente de um alimento contaminado para outro;
- Contaminação cruzada indireta: um alimento é contaminado por meio de uma superfície ou utensílio que foi utilizado para manipulação de um alimento contaminado.
Limpeza sendo realizada com produto profissional.
Como evitar a contaminação cruzada dos alimentos?
- higienizar corretamente os alimentos, deixando os que serão consumidos crus, como frutas, verduras e legumes, imersos em solução de hipoclorito de sódio por 15 minutos e, depois, lavá-los em água corrente.
- higienizar corretamente as superfícies, bancadas, pias e utensílios, antes e após cada uso, com produtos de uso profissional e recomendados.
- armazenar os alimentos de origens diferentes em potes diferentes e até mesmo em separações diferentes na geladeira.
- colocar alimentos crus ou cozidos em potes limpos.
- higienizar corretamente o estoque e a câmara fria.
- fazer uso de EPIs.
- treinar equipe de limpeza.
Para aprofundar no tema, temos um artigo completo sobre a RDC 216 da Anvisa, regulamento técnico de boas práticas para serviços de alimentação, que estabelece procedimentos com a finalidade de garantir as condições higiênico-sanitárias do alimento preparado.
Contaminação cruzada na limpeza doméstica
Limpar a casa e o ambiente de trabalho para garantir saúde e bem-estar. No entanto, mesmo durante os procedimentos de limpeza, é preciso tomar cuidado com a contaminação cruzada.
Por exemplo, ao lavar o banheiro e tocar a maçaneta ao sair, pode causar uma contaminação cruzada.
Pois, mesmo que a pessoa responsável pela limpeza esteja de luva, quem tocar a maçaneta na sequência poderá se contaminar.
Os microrganismos foram transmitidos por meio da luva que estava contaminada.
Dessa maneira, é fundamental que, além de produtos de higiene de qualidade, o profissional e as equipes de limpeza devem receber treinamento e orientação adequados para as boas práticas.
Tanto para a limpeza de empresas como para a limpeza doméstica, muitas pessoas se beneficiam dos programas de treinamentos e conscientização oferecidos pela nossa empresa para prevenção de doenças e contaminações.
Desinfecção com produtos de limpeza profissionais é a melhor forma de evitar a contaminação cruzada.
Como evitar a contaminação cruzada na limpeza doméstica
- usar álcool 70% ou um produto desinfetante como o Optigerm para limpar objetos, torneiras e maçanetas;
- usar um pano limpo em cada ambiente e manter os ambientes da casa sem umidade;
- trocar a água dos baldes usados na limpeza e colocar nova solução para limpeza de cada cômodo;
- ao realizar limpeza úmida com panos, na sequência secar as superfícies, para eliminar a umidade restante;
- dar preferência para limpeza realizada com produtos de limpeza dentro de pulverizadores;
- manter o ambiente organizado.
Contaminação cruzada em hospitais
Hospitais, consultórios, laboratórios e serviços de saúde em geral são ambientes com alto risco de infecções e, por isso, exigem procedimentos e programas de higiene rígidos e eficazes.
A contaminação cruzada em hospitais pode ocorrer por meio das mãos contaminadas, de objetos e equipamentos não higienizados.
Nos hospitais, a preocupação é maior em razão dos possíveis surtos de bactérias multirresistentes e pela vulnerabilidade das condições físicas dos pacientes internados.
De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que a taxa de infecções hospitalares atinja 14% das internações no Brasil. Um estudo da OMS apontou que a maior prevalência de infecções ocorre em unidades de terapia intensiva, em enfermarias cirúrgicas e alas de ortopedia.
Na Alemanha, uma pesquisa publicada no Deutsches Arzteblatt International mostrou que as infecções estão entre as complicações mais frequentes de uma estadia em um hospital do país. As infecções levam à complicações e mortalidade.
Segundo os dados do sistema de vigilância de infecção do hospital em questão, observou-se uma incidência de quase 60.000 recém-adquiridas infecções, por ano, nas unidades de terapia intensiva da Alemanha.
Como prevenir a contaminação cruzada nos hospitais
- realizar higiene correta das mãos e uso regular do álcool em gel 70%
- manter a higiene pessoal
- realizar desinfecção frequente e fazer uso de produtos de limpeza potentes
- usar EPIs (touca, avental, máscara)
- deixar os cabelos presos ou com uma touca
- usar jalecos apenas dentro do hospital
- ter um plano e rotina de higienização completas, com cronograma de ações para limpeza não só de chão e móveis, mas também de paredes, janelas, portas, utensílios, superfícies.
- limpar os diferentes ambientes – como chão, pia, azulejos, entre outros – com produtos específicos para cada superfície e indicação de que são capazes de eliminar, de forma eficiente, bactérias e microrganismos.
- realizar o descarte de resíduos e materiais infectantes em locais apropriados
- fazer desinfecção frequente, com os produtos adequados, para eliminar microrganismos contaminantes.
Em suma, para proteger os ambientes de trabalho, residências, hospitais, comércio e indústria de alimentos dos riscos da contaminação cruzada é preciso colocar em prática ações altamente responsáveis e eficazes de limpeza e higienização.
O poder de eliminar problemas de saúde e prevenir doenças está na garantia de um ambiente limpo, higienizado e na conscientização da higiene pessoal de cada um e no seu dever e cuidado para com o todo.
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Fontes:
Departamento de Nutrição Social da UFF
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